"Uma aventura interessante que não se devia limitar a
pais que sentem que têm problemas."
Testemunho de um pai participante na Escola de Pais 2015/16
O que se pode aprender, mudar?
Através da comunicação, das interações e experiências entre os membros, o grupo possibilita a aprendizagem e algumas mudanças:
- Alguns aspetos visualizam-se melhor nos outros.
- As experiências e dificuldades semelhantes dos outros membros do grupo permitem encarar, pensar e relativizar os próprios problemas
- Os pais podem identificar-se com os outros pais ou com os filhos destes, reconhecer e compreender alguns aspectos próprios.
- Ao se sentirem compreendidos, os pais aprendem a compreender melhor os filhos e a relação que têm com eles. Compreendem as suas próprias necessidades e as dos filhos.
- Podem desenvolver a empatia e mobilizar os seus recursos internos
- Aprendem a reconhecer os filhos como diferentes e separados
- Pode ser facilitada a autonomia dos filhos
- Através da partilha e da escuta diminuem a vergonha e a culpa
- Aprendem a resolver os conflitos
- Pode ser modificada a forma como olham para os filhos, o que vai influenciar o olhar que estes terão sobre si mesmos
- Permite aos pais sentirem-se melhores pais, mais confiantes e tranquilos
- Os novos recursos dos pais facilitam o desenvolvimento das potencialidades dos filhos
- Os pais melhoram, os filhos melhoram e melhora o vínculo entre eles
Quais as diferenças relativamente a outras abordagens?
A maioria dos grupos para pais são de auto-ajuda ou psico-educacionais, em que as problemáticas que os pais trazem relativamente aos filhos são abordadas a partir da perspectiva do que “se deve corrigir”. Os próprios pais têm tendência para quererem que lhes digam o que têm que fazer.
No entanto, para as funções parentais se desenvolverem de uma forma saudável, não existe um manual de receitas com passos a seguir, não é uma questão de saber racional, nem uma questão de ler muitos livros. Nem se trata de dizer, o que se deve fazer. Tem muito mais a ver com o vivencial e intuitivo, com as experiências e os recursos internos de cada um. Nos grupos da Escola de Pais são a partilha, as vivências, a reflexão, o sentir-se contido no grupo e o “dar-se conta” (conceito de Eva Rotenberg) que vão permitir que se abram novos espaços mentais e que se descubra por si mesmo, o que se pode fazer na relação com os filhos. O grupo pode possibilitar a cada membro interiorizar a sua experiência de maternidade ou paternidade. |
Quais as vantagens da intervenção em grupo?
Nos grupos grupanalíticos são muito valiosas as experiências de partilha, os sentimentos de pertença e de aceitação, a possibilidade de poder exprimir o que se pensa e sente, de escutar e ser escutado, de compreender e ser compreendido.
Através da interação e da comunicação nos grupos são vividas experiências emocionais, são estabelecidos vínculos e é sentido o apoio emocional mútuo. Os membros do grupo reconhecem que também outros têm experiências e dificuldades semelhantes e sentem que não são os únicos a ter dificuldades. No grupo, os pais refletem-se uns aos outros, vêem como os outros pais lidam com os filhos, que pode ser semelhante ou diferente da sua forma de lidar. Isso facilita pôr-se no lugar de pais, de filhos, dos outros em geral, desenvolvendo a empatia. No espaço único do grupo, há um encontro de mundos subjetivos diferentes, há experiências que são ativadas. Quando escutam os outros, os pais lembram-se de questões suas, são tocados pelo que é comunicado. No grupo de pais, na relação com os outros, podem ser desenvolvidas capacidades individuais mais adaptadas, aumentando os recursos internos dos pais. |
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